domingo, 7 de outubro de 2007

HIPERATIVIDADE



A primeira descrição desse quadro clínico data de 1902, quando um médico inglês , G. Still, descreveu um conjunto de alterações de comportamento em crianças as quais segundo ele não podiam ser explicadas por falhas ambientais, mas resultam de algum processo biológico desconhecido até então.

Recebeu diversas denominações, ao longo do tempo: Lesão Cerebral Mínima, Disfunção Cerebral Mínima , Síndrome de Criança Hiperativa, Distúrbio Primário de Atenção e Distúrbio do Déficit de Atenção com ou sem Hiperatividade (DDA/H).

Os estudos sobre TDAH (Transtornos do Déficit de atenção e Hiperatividade), na sua maioria, referem-se a crianças. Os critérios diagnósticos do DSM-IV (1994), apontam para características mais facilmente observáveis em crianças que em adultos e, por essa razão, ao ser feita uma avaliação visando o diagnóstico, o adulto acaba não preenchendo esses critérios.

Até recentemente, acreditava-se que os sintomas de TDAH desapareceriam espontaneamente na adolescência. Mais recentemente, Paul Wender e outros autores (1995) descreveram casos com adultos, e o pensamento atual é que o TDAH persiste na idade adulta, embora o quadro clínico, com freqüência, sofra algumas modificações. Com o passar do tempo, os sinais de hiperatividade tendem a diminuir, algumas características de impulsividade podem persistir e os traços de desatenção são os que mais tendem a perdurar. Paralelamente e essa mudança na apresentação do quadro, com o tempo, outros transtornos costumam se associar ao problema básico, muitas vezes sobrepondo-se ao mesmo.
As principais características estão portanto relacionadas aos aspectos da motricidade, do comportamento, do nível de atenção, dos problemas de aprendizagem decorrentes, da impulsividade e da afetividade:

1-ASPECTOS DO COMPORTAMENTO E DA MOTRICIDADE:
Movimento corporal constante, corre agitadamente de um lado para o outro, sobe nos móveis, altera a disposição dos objetos no espaço, tem muita dificuldade de estar quieto num lugar, tem dificuldades no sono, instabilidades posturais, coordenação motora pobre, incapacidade de descontração muscular;

ainda acrescentando alguns traços opostos, em vez de tensão interna, um ‘vazio interno, uma espécie de desvanecimento da vivência corporal, com hipotonia, onde não parece haver fronteiras para o corpo: esbarram constantemente nos objetos, nas pessoas ou chocam-se com as interdições que lhes são dirigidas, buscando um limite que dê consistência para o seu corpo.

2- ASPECTOS DA ATENÇÃO:

Dificuldades na manutenção da atenção dirigida a um foco, portanto dificilmente termina o que é iniciado, ou nem consegue iniciar nenhuma tarefa;
estado de alerta constante, com atenção difusa;
parece não escutar o que se diz;
esquece as informações, compromissos, datas tarefas,etc...
costumam perder ou não lembrar onde colocaram os objetos;
tem dificuldades para seguir regras, normas e instruções que lhes são dadas;
tem aversão a tarefas que requerem muita concentração e atenção, como lições de casa e tarefas escolares.

3- ASPECTOS DA IMPULSIVIDADE:

Parece não ter limites no seu agir (parece não pensar);
Birras intensas, diante de situações de frustrações, dando a impressão que não pode inibir os seus impulsos, irritabilidade, agressividade;
Apresenta um limiar mínimo de tolerância a frustração.

4- ASPECTOS DA APRENDIZAGEM:

Dificuldades na escrita;
dificuldades de coordenação;
dificuldades no adormecer e no despertar (ambos tardios);
hiper sensibilidade a ruídos e ao tato;
dificuldades de orientação espacial;
deficiência na avaliação do tempo.

TRATAMENTO
Na atualidade, o diagnóstico é eminentemente clínico, baseado nos dados colhidos, numa anamnese minuciosa, pela observação clínica do paciente, pelo exame neuropediátrico e pelas avaliações e testagem das áreas comprometidas. O tratamento medicamentoso deve ser sempre coadjuvante devendo ser utilizado com parcimônia.
CONCLUSÃO
A desatenção nas crianças hiperativas é responsável pela sua dificuldade básica em acompanhar o ritmo de uma aprendizagem formal. Essas crianças possuem uma variação normal de aptidões intelectuais, podendo-se considerar que a grande maioria está dentro dos limites médios, algumas brilhantes atingindo níveis superiores e outras ficam abaixo da média de aptidões intelectuais.

O produto de uma avaliação a ser observado requer de qualquer criança não só a capacidade de exibir suas aptidões que estão sendo avaliadas, mas principalmente a capacidade de ouvir e seguir instruções prestar atenção e persistir até que a prova seja completada. Ela deve também ser capaz de parar para pensar qual seria a melhor resposta possível. As crianças hiperativas são fracas nessas áreas de aptidões e, portanto, as notas obtidas nas provas de inteligência acabam refletindo mais sua hiperatividade do que seu potencial intelectual.

Todo instrumento de avaliação a ser utilizado ou aplicado para essas crianças deverá conter explicações claras e objetivas. O tempo previsto para realização dessas avaliações, deverá ser quantificado de forma diferente das exigências comuns nos testes em geral.

38 comentários:

† Junior Hetfield † disse...

Interessante essa variação do comportamento das crianças.
Já ouvi por ai muitas vezes,que tem vários segredos escondidos na infância de uma pessoa.É interessante esses estudos.

D+ seu blog
Até...

Um cara disse...

ASPECTOS DA ATENÇÃO - Eu acho que sofro isso, quando ta em aula de matematica por exemplo eu não consigo entender por falta de concentração, eu não sei o que é, quando tento enteder, me vem outros pensamentos, eu fico LOUCO!

Antonio † disse...


aaah a hiperatividade ganhoou eu votei no autismo
:\\\\\\

bah, sempre tem alguma coisa em que eu me encaixo...
toda doença tem característica minha, incrivel.
flw

Anônimo disse...

Obrigado pela visita lá no meu www.cronopolitano.blogspot.com
Apareça sempre.
Beijos.

Anônimo disse...

acho q meus sobrinhos são assim...

vou sugerir seu post aos pais deles..

parabens

Anônimo disse...

Minha fila mais nova é hiperativa. No início foi difícil, mas agora, estamos levando numa boa.

c disse...

Mais uma bela aula!!!

beijos querida.

Pk Ninguém disse...

Tenho uma prima de nove anos que se encaixa em muitos aspectos que você citou. Sempre achamos que ela fosse hiperativa, mas só a mãe dela acha que não.

Pk Ninguém disse...

Voltei só para agradecer a indicação, que em breve será comentada lá no blog! Muito obrigado!

Diego. disse...

Mantendo o contato! Vou linkar seu blog na "minha casa" ... de hiperatividade são sou muito bom, mas adoro gestalt... em crianças acredito que o preocupante é qdo elas são "quietinhas" demais.

Arthurius Maximus disse...

Acho que a tendência é de estabilização do problema conforme vai-se envelhecendo.
Um excelente post.

Diego. disse...

gestalt é uma das coisas mais encantadoras que ouvi falar na faculdade, melhores formas, teoria do traço, similaridade, proximidade... completeza... muito rico e muito belo, o problema e conseguir dar uma aula de "GRAVITÇÃO" usando gestalt direcionada ao ensino! huahuauauahuau

valeu a visita!

Drica Menezes disse...

adorei teu blog...vou visitá-la novamente...pois sou professora e faço pós graduação em psicopedagogia institucional e gostei mto do modo como vc escreve e das informações! Parabéns! Bjao!

Anônimo disse...

Interessantíssimo!
Tenho uma amiga que adora (e sonha com) Psicologia... vou indicar seu blog! Parabéns pelo serviço prestado!

César Schuler disse...

não tenho paciência com gente hiperativa u_u

Louise Mira disse...

excelente.
Daria uma ótima tese de mestrado ou doutorado! Preciso, logo, inteligentíssimo!

www.jornalistateen.blogspot.com

young vapire luke lestat disse...

Eu fui uma criança hiperativa...
hoje sou um adulto normal...
Nas minhas avaliações médicas eu era excepcional a frente.
tenho QI de 3 digitos me classificaram de gênio...
A única coisa que me acho bom hoje é que tenho muita facilidade com matemática, e aprendo linguas estrageiras muito rápido.
De resto sou comum como todo mundo.

Unknown disse...

minha mae é psicologa!!!
vou indicar esse blog pra ela dar uma olhadinha hehehe :) [mesmo ela n tendo blog]
bjinhuss

Anônimo disse...

Muito instrutivo o seu blog, parabéns!!
www.ooohay.wordpress.com

Anônimo disse...

Obrigada...

young vapire luke lestat disse...

já comentado
+ um adendo se blog é de utilidade pública



[]a L.Sakssida

Júnior de Paiva / Dish disse...

sou hiperativo!
minha mãe sofria para me adormecer na noite.
dormia 2 horas por dia só, será que doces como balas e chocolate ajudam no agravamento da disfunção?
abraço!

rodrigocherene disse...

sou hiperativo, pelo menos acho

rsrsrs

paz

Genesis! disse...

ótimo blog!
sou fascinado pela psicologia, e meu sonho é um dia ser psiquiatra!

continue assim!

http://www.humw.blogspot.com

Arthurius Maximus disse...

Sem dúvida, esse problema causa muitos dissabores a pais e a famílias em geral. Conhecer o problema é o primeiro passo para uma solução.

MaxReinert disse...

... convivo com um adulto que tem déficit de atenção... realmente, no início é bastante difícil de acompanhar suas "associações livres de idéias".. com o tempo parece que a gente vai se acostumando com sua lógica pessoal e o convívio não fica "tão" difícil!

bjzzzzzzz

JulianaGomes disse...

Sempre gostei dessas coisas de psicologia!! Esse assunto de Hiperatividade é muuito interessante!! Parabéns pelo blog! ;*

Bernardo Lima disse...

acho que quase tive isso...
rsrrs
bem interessante msm...
gosto de vir aki aprender sobre estas coisas...
rrs
bj!

Buda Verde disse...

acho que tenho um pouco disso.

Unknown disse...

O filho da minha prima é hiperativo, vou passar o endereço do teu blog para ela. Obrigado!

Abraço!
http://somdosom.blogspot.com/

Leo Sousa disse...

Seu blog é demais!
Muito últil mesmo.. ainda não tive mt tempo de pesquisar, mas queria ler um post sobre o stresse..
Parábens!

bjo

Natalia Régia disse...

Nossa,quanta informação!!!
a gente tem mania de falar logo que aquele menino é muito danado e fica por isso mesmo..muito legal saber um pouco mais!!
mas tb tem adultos assim, não é?
bjus

Thais G. disse...

"esquece as informações, compromissos, datas tarefas,etc...
costumam perder ou não lembrar onde colocaram os objetos";

Essa parte é bem parecida comigo. Não fui uma criança hiperativa apesar de ter me visto em vários pontos aí...

Parabéns de novo Verônica, eu espero o post do autismo.

Bjos!

Unknown disse...

Querida, fico feliz pelos teus comentarios no meu blog. Desculpa se nao venho muito no teu maravilhoso espaco, mas assim que tudo estiver tudo estruturado aqui, voltarei com tudo.

Jura que ce viu um fusca violeta? Fico feliz de ser lembrada por pessoas que nunca me viram, mesmo do outro lado do mundo!

Bjs.

Antonio Ximenes disse...

Verônica.

Olha.

Terei que ler com muita calma teus posts.

São verdadeiras aulas.

Eu devo ser hipoativo... rs
pois adoro um sofá e assistir filmes na TV... rs

Agradeço tua visita no meu humilde blogue.

Vou investigar teus posts e ver o que perdi.

Abração.

ggfgfg disse...

interessante o blog...até mesmo pra quem ñ é do ramo...me chamou a atenção!!1

Anônimo disse...

Acho que sou hiperativa, alguns sintomas denuciam isto já outros não. Gostaria de obter maiores informações.

Dimitri Barbosa de Menezes disse...

olá, eu sou Dimitri Barbosa de Menezes, tenho 21 anos, estou fazendo Geografia porque eu tenho uma síndrome de Asperger, ou seja, eu só tenho uma meta a cumprir, que é essa, e na minha família tenho um primo (Lucca Lopes Peixoto,8 anos), que é filho da minha prima considerada (Simone Ramos Lopes), porque a nossa família foi unida pelo tio dela (José Augusto Machado Lopes) e pela tia minha (Julia Maria Menezes Lopes), e ele tem esse transtorno de Hiperatividade. Desde quando tinha 2 anos, eu andava percebendo que ele não era uma criança "normal", mas tento alegrá-lo de diversas maneiras possíveis e impossíveis e às vezes, o próprio me deixa EXTREMAMENTE cansado fisicamente como mentalmente. Num feriado prolongado, eu tive a experiência de ficar com uma criança hiperativa e sabia que eu enfrentaria um "leão em pessoa", mas com a minha bondade e ótima vontade, passei muito bem esse feriado, que, para eu foi um dos mais gratificantes. Ele é desorganizado, relaxado, agitado e até respondão, mas ele não sabe controlar essa dificuldade. Ele, para eu, será SEMPRE AMADO, independente de ter um distúrbio ou não, porque com a força de DEUS, nosso Senhor, os problemas dele irá diminuir e eu vou estar SEMPRE ao lado dele de onde ele estiver. Eu sou um primo muito paciente com isso, e com o meu AMOR que eu tenho por ele, que é DIVINO, vou vencer esse problema que ele tem. Quero breve uma solução para que tenhamos uma LONGA AMIZADE DIVINA!