quinta-feira, 20 de setembro de 2007

BIPOLARIDADE




Transtorno Bipolar, Psicose maníaco-depressiva, vários são os nomes que se dão a uma série de mudanças e sintomas que ocorrem em algumas pessoas e têm relação ao nosso humor.

O termo Humor equivaleria ao chamado "estado de espírito", ou seja, o nosso temperamento naquele momento para lidar com as atividades diárias. O humor tem como principal função servir de "termômetro" do ambiente e influencia dramaticamente o modo como encaramos as situações. A partir disto definimos o quanto devemos ou não nos arriscar, ou seja, o nosso estado de humor define em grande parte nossa percepção de risco. O humor sadio mantém essa maleabilidade e suas flutuações são proporcionais aos fatos. Quando algo de ruim ou bom nos aconteçe, nosso humor varia de acordo, porém, em poucas horas ou dias, nosso humor voltará ao esperado. Quando nosso humor está sadio, é fácil prever nossas reações.

Quando percebemos uma mudança na forma de reação desse humor, geralmente uma reação desproporcional ao fato ocorrido, é um sinal de que algo está precisando ser cuidado. As alterações de humor podem ser tanto para um aumento da energia (mania) quanto para uma diminuição (depressão), e as vezes existe uma variação entre as duas formas.

A bipolaridade seria uma variação entre esses dois extremos de mania e depressão, que podem ser seguidos, alternados, ou com um tempo entre as crises.

No site bipolaridade, encontramos os seguintes dados sobre o assuto:

*Atinge cerca de 10% da população, sendo 1% a 2% do tipo I e 8% com bipolaridade leve ( II, III, IV e ciclotimia)
*Pelo menos metade das pessoas com sintomas depressivos tiveram ou terão hipomania (estado de humor exageradamente elevado), o que configura a bipolaridade
*Passam em média 10 anos e 3 médicos para que ocorram o diagnóstico e tratamento corretos
*50% dos pacientes têm abuso de álcool ou drogas
*Antidepressivos e psicoestimulantes agravam o quadro - evitar ao máximo
*Mais de 70% tem algum outro transtorno psiquiátrico associado (de ansiedade, de impulsos, distúrbios alimentares, uso de drogas...)
Normalmente a bipolaridade responde positivamente ao tratamento, que deve ser associado medicação para estabilizar o humor, e uma psicoterapia para que se possa aprender a lidar com as mudanças do humor, e trabalhar as dificuldades decorrentes dela.

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

DEPRESSÃO

Dando continuidade aos post sobre saúde mental, trago hoje uma reflexão a respeito da "Depressão", que é algo muito comum em relação em pessoas que sofrem da Síndrome do Pânico.
Muito se fala sobre ela, frequentemente ouvimos alguém se referindo a ela como uma expressão do sentimento e falam coisas como :"estou muito deprimido hoje", "você está deprimido", "cuidado para não entrar em depressão...", "faço (ou não consigo fazer isso) por que estou muito deprimido..", e por aí vai a "lista" de queixas em que nos reportamos ao termo "depressão". Todos se sentem "para baixo" de vez em quando, ou de alto astral às vezes e tais sentimentos são normais. A depressão, enquanto evento psiquiátrico é algo bastante diferente: é uma doença como outra qualquer que exige tratamento. Muitas pessoas pensam estar ajudando um amigo deprimido ao incentivarem ou mesmo cobrarem tentativas de reagir, distrair-se, de se divertir para superar os sentimentos negativos. Os amigos que agem dessa forma fazem mais mal do que bem, são incompreensivos e talvez até egoístas. O amigo que realmente quer ajudar procura ouvir quem se sente deprimido e no máximo aconselhar ou procurar um profissional quando percebe que o amigo deprimido não está só triste. Ninguém sabe o que um deprimido sente, só ele mesmo e talvez quem tenha passado por isso. Nem o psiquiatra sabe: ele reconhece os sintomas e sabe tratar, mas isso não faz com que ele conheça os sentimentos e o sofrimento do seu paciente.
Os sintomas da depressão são muito variados, indo desde as sensações de tristeza, passando pelos pensamentos negativos até as alterações da sensação corporal como dores e enjôos. Contudo para se fazer o diagnóstico é necessário um grupo de sintomas centrais:
  • Perda de energia ou interesse
  • Humor deprimido
  • Dificuldade de concentração
  • Alterações do apetite e sono
  • Lentificação das atividades físicas e mentais
  • Sentimento de pesar e fracasso

Os sintomas corporais mais comuns são sensação de desconforto no batimento cardíaco, constipação, dores de cabeça, dificuldades digestivas. Períodos de melhoria e piora são comuns, o que cria a falsa impressão de que se está melhorando sozinho quando durante alguns dias o paciente sente-se bem. Geralmente tudo se passa gradualmente, não necessariamente com todos os sintomas simultâneos, aliás, é difícil ver todos os sintomas juntos. Até que se faça o diagnóstico praticamente todas as pessoas possuem explicações para o que está acontecendo com elas, julgando sempre ser um problema passageiro.

Além desses, outros sintomas podem vir associados ao temperamento e comportamento do depressivo, tipo:

  • Pessimismo
  • Dificuldade de tomar decisões
  • Dificuldade para começar suas tarefas
  • irritabilidade ou impaciência
  • inquietação
  • achar que não vale a pena viver, vontade de morrer
  • chorar à-toa
  • dificuldade para chorar
  • sensação que não vai melhorar, perda de esperança
  • dificuldade para terminar as coisas que começou
  • sentimento de pena de si mesmo
  • persistência de sentimentos negativos
  • queixas frequentes
  • sentimentos de culpa sem justificativa
  • Boca ressecada, constipação, alterações de peso exagerado, insônia, perda do desejo sexual

Para afirmarmos que a pessoa está deprimido temos que afirmar que ele sente-se triste a maior parte do dia quase todos os dias, não tem tanto prazer ou interesse pelas atividades que apreciava, não consegue ficar parado e pelo contrário movimenta-se mais lentamente que o habitual. Passa a ter sentimentos inapropriados de desesperança desprezando-se como pessoa e até mesmo se culpando pela doença ou pelo problema dos outros, sentindo-se um peso morto na família. Com isso, apesar de ser uma doença potencialmente fatal, surgem pensamentos de suicídio. Esse quadro deve durar pelo menos duas semanas para que possamos dizer que a pessoa está deprimida.


* esse texto foi adaptado do Psicosite , onde você terá mais informação sobre a doença.

quinta-feira, 6 de setembro de 2007

Pânico




Finalmente, depois de um período bemmmm corrido, finalmente estou voltando a escrever.

A pedidos, vou começar aqui uma série de posts sobre os maiores problemas que encontramos na área de psicologia atualmente, voltando á proposta inicial do meu blog. Irei agora começar a tratar de temas que estão presentes no cotidiano de minhares de pessoas do mundo inteiro.
Por influência de uma amiga, vou começar sobre um transtorno muito comum a "Síndrome do Pânico", ou "Transtorno de Pânico"que é algo que atinge 3% a 4% da população do mundo todo. Um número bastante grande considerando os bilhões de habitantes do mundo não é???
Você pode imaginar o que é sentir isto ?

"De repente os olhos embaçaram, eu fiquei tonto, me senti meio fora da realidade, comecei a ficar com medo daquele estado, eu não sabia aonde ia parar, eu não sabia por que..."
" ...era uma coisa que parecia sem fim, as pernas tremiam, eu não conseguia engolir, o coração batendo forte, eu estava ficando cada vez mais ansiosa, o corpo estava incontrolável, eu comecei a transpirar, foi horrível..."
"Depois da primeira vez eu comecei a temer que acontecesse de novo, cada coisa diferente que eu sentia e eu já esperava... ficava com medo, não conseguia mais me concentrar em nada... deixei de sair de casa, eu não conseguia nem ir trabalhar."
"Quando começa eu já espero o pior, "aquilo" é muito maior do que eu, o caos toma conta de mim, é como uma tempestade que passa e deixa vários estragos... principalmente eu me sinto arrasada. Eu sempre fico com muito medo de que aquilo ocorra de novo... minha vida virou um inferno."

Por estes relatos, que poderiam ser de diferentes pessoas que sofrem de Síndrome do Pânico, é possível identificar o grau de sofrimento e impotência que estas pessoas sentem ao passar pelas crises de Pânico.
A pessoa sente como se estivesse com algo muito errado em seu corpo, pois este se comporta de modo muito "estranho", "louco", porém os exames clínicos
não detectam nada de anormal com seu organismo.
É muito comum as pessoas irem ao cardiologista supondo ser esta a solução, porém nada aparece nos exames, tudo está "normal". Porém as crises continuam, e com a ansiedade, podem até piorar. Elas se muitas continuam se perguntando "o que há de errado comigo?", e, a menos que seja atendido por um profissional sensível e com conhecimento da área, a "peregrinação" pelos consultórios médico continuarão até que sejam encaminhados a um profissional da área Psi (veja o meu post
http://psiscc.blogspot.com/2007_07_01_archive.html). Bem, vamos entender um pouco mais sobre o que é a síndrome:

A Síndrome do Pânico é um transtorno psicológico caracterizada pela ocorrência de inesperados ataques de pânico e por um estado de expectativa ansiosa sobre a possibilidade de ter novas crises.
Os ataques de pânico - ou crises de pânico - consistem em períodos de intensa ansiedade e se iniciam geralmente a partir de um susto em relação a alguma sensação do corpo. As sensações disparadoras podem ser variadas, desde uma alteração nos batimentos cardíacos, uma sensação de perda de equilíbrio, tontura, falta de ar, alguma palpitação diferente ou um tremor, por exemplo.
A partir deste susto inicial, começa um processo de medo e ansiedade que vai crescendo até atingir um alto grau de intensidade em que a pessoa se sente em estado de desespero e pânico.
Há alguns sintomas típicos da tanto durante as crises de pânico como nos intervalos entre elas.
Os sintomas mais comuns da Síndrome são:

Dor no peito
Sensação de engasgo
Palpitação
Tremores
Falta de ar
Rigidez
Ondas de frio ou calor
Palidez
Sudorese abundante e fria
Reflexos intensificados (hipervigilância)
Formigamento das mãos e pés
Sensação de morte ou loucura eminente
Tonteira, Vertigem, Instabilidade,
Fraqueza, Sensação de desmaio
Sensação de perda de controle, dificuldades no pensamento linear e lógico.
O importante é ser detectada o mais rápido possível, a fim de diminuir o sofrimento do paciente, e começar logo o tratamento. O tratamento deverá ser em conjunto com um psiquiatra, que entrará com uma medicação para aliviar os sintomas de ansiedade, e da depressão que geralmente vêm associada. Mas o principal também é fazer um acompanhamento com um profissional da área de Psicologia ou Psicanálise, pois, só através da psicoterapia a causa e os sintomas serão trabalhados de forma eficaz.
Temos que tentar perde o medo de se cuidar, principalmente quando o problema é de ordem afetiva ou emocional, ainda existe o preconceito em procurar ajuda profissional, geralmente agente só vai procurar ajuda de um psicólogo quando todas as outras formas de tratamento já foram excluídas (muita gente, inclusive, vai até para pais-de-santo, fazem promessas, sessões de exorcismos, etc...; quando apenas algumas consultas com o psicoterapeuta seriam necessários), gastando tempo e dinheiro com algo que seria bem mais simples e eficaz.
Esperamos que esse post tenha sido esclarecedor para alguns, e eficaz para outros....
um abraço.